sábado, 12 de fevereiro de 2011

Qualidade de ensino e assistência estudantil nas pagas: existe?

Enquanto isso no lustre do castelo...
Hoje, em quase todos os países do mundo, há uma transformação dos sistemas educacionais. No Brasil não é diferente e o cenário das faculdades privadas de Fortaleza não é dos mais animadores: milhões de estudantes acabam sendo obrigados a entrar nas faculdades particulares, por não conseguirem conquistar as reduzidas vagas nas universidades públicas.

A maioria desses estudantes são trabalhadores e trabalhadoras que precisam pagar caro par a adquirem uma formação em nível superior e para conseguir um estágio na sua área. Para agravar a nossa situação, ainda temos, durante todo o curso, gastos que somam-se às caríssimas mensalidades e matrículas, como xerox de apostilas, livros, jaleco para alguns cursos como educação física, enfermagem... Temos que pagar caro pelo almoço ou mesmo jantar na cantina, o que não sai nada barato porque não existe um restaurante universitário com preços acessíveis aos estudantes, que muitas vezes saem da faculdade para trabalhar ou chegam à noite na faculdade para assistir a aulas vindo direto do trabalho.

Além disso, não temos creches nas faculdades para as mães deixarem seus filhos, razão pela quais muitas estudantes têm que parar de estudar para cuidarem de seus filhos. O que parece um sonho distante, é na verdade uma necessidade para que muitas estudantes mães possam continuar realizando os seus estudos. A verdade é que nossa reivindicação por creches também está em total acordo com a estrutura organizativa do ensino superior, a qual deve(ria) ser baseada no tripé ensino-pesquisa-extensão, visto que cursos como educação física, enfermagem, psicologia e pedagogia poderiam utilizar a creche como espaço de atividades práticas em seu processo formativo.

Por último, apontamos a ausência de qualquer assistência por parte de nossas instituições no sentido de nos permitir participar de atividades pertinentes a nossa formação, como: encontros de estudantes, congressos e seminários.

São por essas razões expostas acima que reivindicamos um programa de assistência estudantil nas Faculdades, Institutos e Universidades privadas.


Aonde vamos parar???
Nessa sociedade marcada por altas taxas de desemprego, a concorrência das faculdades pagas aumenta a cada dia e nós estudantes é que pagamos pelo preço!!!

Somos obrigados á pagar por uma educação que é um verdadeiro “escolão” de conhecimentos gerais que formam indivíduos polivalentes, flexíveis e adaptáveis para o mercado.

Por isso o COLETIVO PAGAS convida a todas e todos os estudantes para participarem das reuniões do coletivo!


A Educação não é mercadoria!!!!!

Texto escrito por Danielle Sampaio, estudante de Educação Física da Faculdade Integrada do Ceará (FIC) e membro de um coletivo de estudantes de pagas formado ano passado (2010), por ocasião do 1º Seminário de Pagas -que teve entre seus construtores a ANEL-CE e o Coletivo Enecos-CE.

Um comentário:

  1. Adorei a critica, e engrosso a luta para que a educação superior garanta o acesso ao ensino, a pesquisa e a extensão tanto no ensino superio público ou privado. Assim como, almejo o dia em que poderemos falar em um ensino único, público no sentido exato da pala:vra, dirigido pela organização de base e voltado para atender aos interesses coletivos de nossa sociedade.

    Ass: José Pereira

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