Por Diego Paulino*
Com seus melhores trejeitos de atriz e em sua pior performance, a nada nobre deputada, “missionária católica” e divorciada, Myrian Rios, declarou na plenária que não poder discriminar homossexuais é “abrir uma porta para a pedofilia”.
Ao assistir às declarações de Myrian Rios, capa da Revista “Ele & Ela” (equivalente a “Playboy” da atualidade) por duas vezes, na década de 70, sobre a PEC 23, emenda que criminaliza a homofobia, eu abri o Office feito um louco para “vomitar” o meu repúdio às asneiras que ela falou.
Mal sabia eu o quão árdua seria essa tarefa. Foram tantas asneiras, que eu não sabia por onde começar. Começarei pelo irrefutável: a Constituição.
Enquanto (pseud.) cidadã, Myrian Rios tem o direito de primar por suas crendices o quanto quiser, porém, enquanto Deputada Estadual de um País Constitucionalmente Laico, ela precisa aprender que, em território brasileiro, nenhuma religião ou preceito religioso está acima da lei.
Para falar a verdade, ela precisa aprender uma série de coisas.
A deputada homofóbica, em uma nítida manipulação proposital e antiética da opinião pública, prolonga inverdades e reclama o direito de discriminar a condição homossexual, vinculando homossexualidade a pedofilia.
Não sei se por ignorância ou porque perdeu o juízo junto com as roupas, mas a deputada comete uma série de confusões em sua fala, como a de misturar as definições de ‘opção’ e ‘orientação’, e chega a colocar a homossexualidade como indicio de pedofilia.
A homofóbica reclama “o direito de não querer um funcionário homossexual” trabalhando para si sob a justificativa de que “uma babá lésbica [pode] cometer a pedofilia com [suas filhas]” ou, ainda, “um motorista homossexual poderia, de uma maneira ou de outra, tentar bolinar [seus filhos] e partir para uma pedofilia com os meninos”.
Por ignorância e irresponsabilidade, a deputada não sabe que a maioria esmagadora dos casos de pedofilia são praticados por heterossexuais e que é comprovado cientificamente que a maior ocorrência de abuso sexual contra “crianças e adolescentes inocentes” se dá pelos próprios pais e por figuras de autoridade que detêm a confiança deles.
Segundo uma pesquisa no Hospital das Clínicas (HC) da Universidade de São Paulo (USP), quase 70% das crianças que sofrem abuso são vítimas de pais ou padrastos.
As declarações de Myrian Rios se enquadram tão somente em ato de discriminação e de incitação ao ódio e à violência contra homossexuais.
Não podemos sucumbir a uma sociedade machista racista heteronormativa.
*Estudante de Letras na UFC e Constrói a ANEL - CE.
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