terça-feira, 5 de julho de 2011

4 em cada 10 mulheres já foram agredidas

Estudo mostra que 25,9% destas mulheres foram vítimas de seus maridos ou ex-maridos dentro e fora de casa

Quatro em cada dez mulheres brasileiras já foram vítimas de violência doméstica. O número consta do Anuário das Mulheres Brasileiras 2011, divulgado nesta segunda-feira pela Secretaria de Políticas para as Mulheres do governo federal e Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

O anuário reúne dados referentes à situação das mulheres no País. Os números sobre a violência doméstica, por exemplo, são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2009, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com as informações da Pnad, 43,1% das mulheres já foram vítimas de violência em sua própria residência. Entre os homens, esse percentual é de 12,3%.

Ainda segundo os números da Pnad de 2009 incluídos no anuário, de todas as mulheres agredidas no País, dentro e fora de casa, 25,9% foram vítimas de seus cônjuges ou ex-cônjuges.

Dados da Secretaria de Políticas para as Mulheres apontam ainda que o número de atendimentos feitos pela Central de Atendimento à Mulher Ligue 180 cresceu 16 vezes de 2006 para 2010. Em 2006, foram feitos 46 mil atendimentos. Já no ano passado, foram 734 mil. Desse total, 108 mil atendimentos foram denúncias de crimes contra a mulher. Mais da metade desses crimes eram casos de violência.

Mercado de trabalho
O anuário informa ainda que a falta de creches é um dos maiores entraves para que as mulheres aumentem sua participação no mercado de trabalho.

Segundo o estudo, em 2009, 58,8% das mulheres com mais de 16 anos, que fazem parte da população economicamente ativa (PEA) do Brasil, tinham um trabalho. Já entre os homens com mais de 16 anos, esse percentual chegava a 81,5%.

A diferença, segundo a pesquisa, deve-se, em parte, à deficiência da infraestrutura dedicada à mulher. As creches, por exemplo, atendiam só 18,4% das crianças até 3 anos de idade em 2009.

"A carência dessa política pública (creches) é um impeditivo para que a mulher tenha sua independência econômica que o trabalho propicia", afirmou o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, durante a apresentação do anuário.

O levantamento é uma compilação de dados de várias pesquisas feitas sobre as condições de vida das mulheres brasileiras. Da publicação, constam estatísticas sobre oito temas. Entre eles, saúde, educação, violência, política e trabalho.

Lúcio disse que, em todas as áreas, existe diferença entre a situação de homens e mulheres. "As mulheres são maioria em número, mas são minoria no aspecto sociológico", analisou, lembrando que a população feminina representa mais da metade do total de habitantes do Brasil, mas, tem qualidade de vida inferior a dos homens.

De acordo com o anuário, as mulheres estudam um ano a mais que os homens. Entretanto, recebem salários que representam só 56% do que ganham os trabalhadores do sexo masculino.


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Está ai materializada a dura realidade que as mulheres ainda vivem!
É também contra isso que a Anel foi criada: para avançarmos nos debates sobre opressões e para fortalecer a organização do combate ao machismo nas escolas e universidades. Isso se refletiu no 1° Congresso Nacional da entidade, que aconteceu há poucos dias e teve uma importante discussão sobre opressões, contando ainda com um ato contra o machismo realizado durante o encontro!

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