Assim como os demais estudantes da Universidade Federal do Ceará – além dos que estavam presentes no R.U - só ficamos sabendo da existência do ato, depois que ele aconteceu e de ter sido “vitorioso”, apesar da quantidade pequena de pessoas que se propuseram a compor o tal “ato”.
Para nós, que construímos o Movimento Estudantil no cotidiano e militamos para além dele, nos questionamos como um ato sem preparação previa, sem consultar o conjunto dos estudantes, sem elaborações e discussões profundas e sobretudo, sem aglutinar um bom número de lutadores, conseguiu, mesmo com poucas pessoas ser tão eficiente? Tão eficiente ao ponto da universidade chegar a ser permissiva diante da situação que se instaurou?
Queremos, através do relato da estudante Karinne Góis, da Enegnharia Civil que presenciou o momento do “ato”, abrir questionamentos e uma discussão sincera com os estudantes sobre as consequências disso. Queremos lembrar a atual gestão do Diretório Central dos Estudantes, “DCE de Verdade”, que ato consentido, não é ato, e lutas sem serem construídas no conjunto do Movimento Estudantil e sem a presença dos lutadores que o compõe, é no mínimo questionável.
Para entender melhor, uma história semelhante na UFMG: https://www.facebook.com/pulaoufmg?fref=ts
Imagem postada no Facebook fazendo referência as lutas por assistência estudantil e contra o aumento do valor do bandejão na UFMG. |
Sobre o ATO no RU hoje. O que eu vi
Karinne Góis,
Estudante de Engenharia Civil.
Quando cheguei no RU, vi cartazes, achei massa. Legal, alguém tomou iniciativa de denunciar os absurdos que estavam acontecendo.
Fui pra fila e chegou uma mulher com adesivo do Roberto Cláudio no peito dizendo que "a gente não iria pagar nada, que a comida era de graça e tal porque estava faltando feijão", enfim.. os problemas que estão corriqueiros no RU nos ultimos tempos.
Aí olhei pra catraca, as pessoas passando do lado, por baixo ou pulando. E lá estava um cartaz "DCE de Verdade presente" Olhei ao redor... nada de muitos estudantes fazendo volume(para dar força ao Ato), alías poucos estudantes fazendo a mobilização, uns 3 apenas, e depois chegaram mais uns 2 ou 3.. um total de 5 ou 6(ou seja, quantidade facil facil de ser impedida de continuar o ato).
A mulher do controle da catraca não estava lá, não havia NENHUM segurança, e até a cabine para recarga do cartão tinha apenas 1 menino dentro. Todos com cara de "dia normal de trabalho" e não abismados com a ousadia dos estudantes que promoviam o ato.
Como assim um protesto desses, onde os estudantes tomam o controle das catracas.. né? E a administração fica calada? Não fala nada? A segurança some? E até os meninos que recarregam os cartões tiram folga?
Eu como estudante e gostaria de perguntar ao DCE como se deu o processo desse protesto. Como ele começou, e principalmente, qual foi a da Administração da UFC para ficar completamente inerte a isso. Eles não se dirigiram à vocês? Eles deixaram e pronto? Foi o que me pareceu, vocês estavam no lugar da menina que controla a passagem na catraca, deixando os estudantes passarem sem pagar e pronto. Bem simples.
Porque eu nunca vi ser tão fácil protestar de uma maneira que atinja financeiramente e moralmente o poder sem nenhuma represália, ou no mínimo uma negociação para cessar o protesto imediatamente.
Se a UFC ficou totalmente inerte, então muito bom, vamos criar o hábito de pular a catraca toda vez que o RU estiver aquele caos? É isso DCE?
E isso pode inclusive se estender para todos os outros absurdos que os estudantes vivem, né?
Adorei ver o DCE que dizia que só negociava na conversa, como muitas vezes os membros do dce se posicionavam aqui no próprio fórum do pici, até como uma crítica à gestão passada.. Afinal, vcs sabem que tomar o controle da catraca é uma afronta e grande à Administração. Claro que sabem. Expliquem para nós porque a mudança de postura e como fizeram.
Mostrem pros estudantes como procederam para que a gente saiba proceder sempre que houver um absurdo desses como a falta de comida.
Aguardo resposta,
É importante ficar vigilante com esse DCE que decide tudo sozinho, que não busca as entidades de base, que não convoca CEBs, que acha que o meio mais fácil é decidir tudo sozinho, porém não deve estar tão sozinho assim.
ResponderExcluirQuem faz um ato dessa forma com tanta facilidade, só pode estar caminhando lado a lado com os interesses da reitoria e bem distante do interesse dos estudantes.
Muito boa a reflexão!
ResponderExcluirUma militante da ANELCE construiu o ato consentido junto ao DCE. A ANEL também tá construindo com o DCEUFC?
A militante em questão reivindica a entidade a pesar de não construir cotidianamente, e a ANEL não constrói o DCEUFC.
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